Arqueiro Verde: O Espírito da Flecha pode ser considerada a história mais importante do personagem pois trata-se da ressureição de Oliver Queen e sua atualização para os anos 2000. A história é escrita por Kevin Smith, diretor e roteirista de grande filmes como “O Balconista” e “Dogma”, e desenhada por Phil Hester, que tem um traço bem diferente para um quadrinho de super-heróis pois ele não vai para um caminho que segue a anatomia perfeitamente com músculos e afins, o traço dele é bem cartoonesco, todo quadrado, parecido até com o de Bruce Timm. Ela foi publicada aqui na minissérie “Arqueiro Verde: O Espírito da Flecha” da Panini Comics Brasil de 2002 a 2003, material publicado originalmente em “Green Arrow” 1-10 de 2001.
Essa história é extremamente divertida, no começo eu achava que 10 edições poderia ser muito para se conta-la e uma hora ou outra teria uma barriga, mas não, ela é bem redondinha e Kevin Smith amarra tudo para o final, explicando a ressureição de Oliver, resolvendo o mistério do Matador de Star City, finalizando relações inacabadas que Ollie deixou após a morte, tudo é bem resolvido.
Depois de todos esses elogios, eu tenho um pouco de problema com o final, eu achei que foi meio apressado e teve alguns Deuses Ex-Machina, como por exemplo, Connor Hawke, filho do Arqueiro Verde, aparece na primeira edição e depois some, aí na penúltima edição ele literalmente sente que seu pai está em perigo e precisa ir ajudá-lo, aí quando ele chega lá, tem uma magia que bloqueia qualquer pessoa que não tivesse o sangue de Ollie, Stanley ou Mia de entrar, e por isso Connor era o único que podia. Eu sei que é um mundo que as coisas não necessariamente precisam fazer sentido, afinal tem um homem sem alma como protagonista, mas Kevin Smith realmente precisava dessa conveniência para finalizar a história? Era muito mais fácil Connor ter ficado sabendo da volta de Oliver no mosteiro e se juntado a Roy e Dinah na busca por ele, para que quando encontrassem o bloqueio fosse mais natural a entrada dele, sem falar que, o reencontro do filho com o pai poderia ser muito mais emocionante e bem construído do que em uma luta numa casa cheia de demônios.
Enfim, apesar desse grande ponto negativo, eu gosto bastante do meio da história, o reencontro de Ollie com a Liga da Justiça é simplesmente perfeito, com todos os heróis se emocionando com a volta do Arqueiro, principalmente com Oliver ficando puto com as "atitudes fascistas" dos heróis. A edição em que o Arqueiro vai pro Paraíso conversar com a sua alma também é incrível e o diálogo da alma com o corpo de Oliver Queen é maravilhoso pois a alma simplesmente quer que o corpo viva uma vida nova, numa tentativa de poder apagar as coisas horríveis que estavam acontecendo a ele, tão horríveis que ele preferiu a morte ao invés de continuar com a sua vida sem uma mão, e agora finalmente encontrou a paz eterna, mas a vida de um herói é assim, nunca existe paz, principalmente se você vende muito, aí que nunca vai morrer mesmo.
Queria dar um destaque também ás capas da saga que são feitas em pintura por Matt Wagner e são lindas, teria todas elas emolduradas em casa, depois que lerem o post, pesquisem por elas.
Kevin Smith prova-se mais uma vez que é um grande escritor (pelo menos, até 2002) e faz uma história muito boa que todo fã de quadrinhos com uma certa experiência deveria ler, ele continua sob o comando de “Green Arrow” até o número 15, assim que eu ler, publico uma review aqui. Nota 4/5
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Por Theo Pacheco.
Essa fase é um xuxuzinho
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