Guia de leitura do Superman com Participações Especiais

 


Olá, caro leitor! Muitas das pessoas que leem o meu blog não são introduzidos ao mundo dos quadrinhos e por muitas vezes podem ficar até perdido em como começar a ler ou só ficar confuso e pensando "sobre o que ele está falando?" e esse artigo foi feito para essas pessoas, um guia de leitura completo com quadrinhos do maior herói da história, o Super-Homem. Porém eu não realizarei essa tarefa sozinho, além da minha lista, chamei grandes conhecedores de histórias em quadrinhos para realizarem suas próprias listas e complementarem sua leitura, trazendo novos pontos de vistas e versões do Homem de Aço! Então continua lendo e olhe para cima!

Guia de leitura do Superman por Theo Pacheco.

1. "Superman: As Quatro Estações" por Jeph Loeb e Tim Sale (1998)

Como vocês viram no artigo sobre essa obra, eu simplesmente amo esse gibi, com certeza o melhor de Jeph Loeb. A história aborda os primeiros anos do herói e sua relação com as pessoas próximas a ele. O ponto forte do quadrinho são as cores de Bjarne Hansen que complementam perfeitamente os desenhos suaves e singelos de Tim Sale nessa narrativa emocionante.


2. "The Man of Steel #3" por John Byrne (1986)

Ainda nos primeiros anos de Clark como heróis, temos o primeiro encontro entre ele e o Batman recontado por John Byrne. Eu não acho essa minissérie muito boa como tanta gente acha mas esse capítulo é muito legal, a primeira página de um "câmera" vindo de cima de um prédio de Gotham é genial e é o auge do desenho do Byrne para mim, além de ser o início da reformulação do personagem após a Crise nas Infinitas Terras. Gosto muito de como o Batman é desenhado também, isso ganha um grande mérito comigo.

3. "A Saga da Supergirl" por John Byrne (1988)

Continuando na fase de John Byrne no Super-Homem, "A Saga da Supergirl" foi uma importante história que já ocorre no final dos anos 80 que reapresenta a famosa história da única vez em que Kal-El matou. Na história, Super-Homem descobre que sua prima não foi morta na explosão de Krypton e está na Terra (na verdade, era só a Lana Lang viajando no tempo), isso o leva a encontrar o General Zod e seus companheiros maléficos que estavam presos na Zona Fantasma e pretendiam subjugar a raça humana, assim, Clark os prende novamente. Essa é uma história muito legal e reforça o senso moral do Superman que ele nunca irá quebrar a menos que seja seja absolutamente necessário.

4. "Superman: Brainiac" por Geoff Johns e Gary Frank (2008)

Essa aqui também já tem review no blog. "Superman: Brainiac" é o início de um importante marco nos anos 2000 que foi a Nova Krypton quando, após enfrentar Brainiac, Superman quebra a cidade engarrafada de Kandor que volta ao seu tamanho normal na Terra mas nisso, seu pai morre. Uma cena emocionante que Johns escreve que pode comover até o leitor mais frio de quadrinhos.


5. "All Star Superman #5" por Grant Morrison e Frank Quitely (2006)

Eu recomendo essa maxisserie completa mas quero focar nessa edição pois é nela que pra mim é apresentado o Lex Luthor definitivo. Em quase 80 anos de existência, o maior vilão do Homem de Aço teve várias leituras, mas esse escrito por Grant Morrison é aquele que concentra todas as coisas que fazem de Luthor, o Luthor. Seu egocentrismo, sua vaidade, sua inveja, tudo nele é concentrado e elevado tornando-o o melhor Lex Luthor. Leia a review dessa história completa aqui.


6. "Reino do Amanhã" por Mark Waid e Alex Ross (1996)

Essa história (que para muitos é considerada a melhor HQ da DC), conta sobre um futuro quase distópico onde os heróis matam e o verdadeiro heroísmo se perdeu, então um Super-Homem aposentado precisa retornar mostrar que ainda existe a bondade e o heroísmo no mundo. Coloquei essa história por último pois acho que ela é um ponto bom para mostrar um final para o Homem de Aço, para mim, "Reino do Amanhã" está para o Super-Homem assim como "Cavaleiro das Trevas" está para o Batman. É um futuro que pode ou não acontecer que finaliza a história dos heróis.



Guia de leitura do Superman por Eloyr Pacheco, ex-editor da Brainstore.

1. "Superman: As Quatro Estações" por Jeph Loeb e Tim Sale (1998)

"Icônica e poética! Humana e sensível! E, assinada por mais dois grandes quadrinistas que fazem uma relação simbólica entre as quatro estações do ano com a vida de Clark Kent/Superman." (Nota: A história é tão boa que foi recomendada duas vezes)



2. "Superman: Paz na Terra" por Paul Dini e Alex Ross (1998)

"É aqui que entendemos um Super-Homem mantenedor da Paz Mundial. Uma fábula, um conto em quadrinhos. E ainda com a marcante arte de Alex Ross."




3. "Grandes Astros Superman" por Grant Morrison e Frank Quitely (2005)

"Mais um autor formidável trabalhando com o Superman só poderia resultar numa obra única e que, embora criada relativamente há pouco tempo, é referência."






4. "A Morte do Superman" vários autores (1992)

"Independentemente de qualquer crítica quanto à qualidade dos roteiros e das artes (gosto não se discute), essa sequência de HQs tornou-se um fenômeno comercial e um marco na História dos Quadrinhos."




5. "Superman/Batman: Gerações" por John Byrne (1999)

"A redefinição do Super-Homem feita após a megasaga Crise nas Infinitas Terras pelo talentoso e competente John Byrne é sempre lembrada pelos fãs. E é este mesmo quadrinista que nos oferece uma saga singular e inusitada com o seu olhar único sobre o Homem de Aço e o Cavaleiro das Trevas, suas famílias, amigos e inimigos."


6. "O que Aconteceu ao Homem de Aço?" por Alan Moore e Curt Swan (1985)

"Esta coletânea reúne histórias do Superman escritas pelo mago Alan Moore, tem arte de Curt Swan com arte-final de George Pérez; e ainda traz a aclamada HQ “Para o homem que tem tudo", desenhada por Dave Gibbons."




Guia de leitura do Superman por Philip Leroy do Haterzasso

"Fala haterzada beleza? A convite do jovem incauto Theo, trouxe aqui para vocês um pequeno guia de leitura do Superman! Para ser mais diversificado e facilitar o acesso, caso seja do interesse, centralizei nessa última década.
Ou seja, vocês já imaginam o que vem por aí, não é?
BENDIS!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Para o ben(dis) ou para o mal:

1. "Action Comics" #1000 (2018) por vários artistas

A Estreia de Bendis a frente das histórias do Homem de Aço, reorganiza e estrutura o status quo do Superman, mostra a introdução de Rogol Zaar colocando o  misterioso alien atacando Metrópolis e o retorno TRIUNFAL da cueca vermelha por cima das calças do Azulão! (Nota: Essa edição comemorativa tem vários artistas porém a história que Leroy se refere é "A Verdade" escrita por Brian Michael Bendis e desenhada por Jim Lee).



2. "Superman: O Homem de Aço" (2018) por Brian M. Bendis e vários desenhistas

Aqui Bendis explora a origem de Rogol Zaar e traz a revelação bombástica que Jor-El está vivo! O foco é voltado para Superman investigando a destruição de Krypton, seu conflito e ligação com Rogol Zaar e lidando com o ressurgimento de Jor-el.

Quando Brian Michael Bendis assumiu o Superman em 2018, começando na histórica Action Comics #1000 (publicada no Brasil no especial "Action Comics 80 Anos", ele não veio fazer concessões.

Sua minissérie "O Homem de Aço"; (Panini, 2019) foi um terremoto: ressuscitou a icônica cueca vermelha que, confesso, AMO de paixão e fez uma falta ENORME desde o início dos novos 52, e criou Rogol Zaar, um vilão cósmico que alegava ter destruído Krypton.

Revelou ainda que Jor-El (o enigmático Mister Oz que esteve por trás de vários acontecimentos do Universo DC) estava vivo, uma ideia que achei bem forçada na época, mas que semeou conflitos e marcou a DC e o Superman no futuro, como o crescimento do Jon e sua estadia na terra 03. O grande trunfo? Ivan Reis, o brasileiro que entrou no meu top 5 desenhistas do Superman com traços que dignificaram até a polêmica cueca! Zaar era um "Apocalipse" genérico, mas trouxe de volta o mistério cósmico que faltava ao herói. Não foi muito bem, mas deu uma nova visão e trouxe a Supergirl mais próxima da Superfamília. (Publicada no Brasil na revista Superman, Panini 2019, 1-3)

3. "Superman" (Panini, 2019) #4-#18 por Brian M. Bendis e vários desenhistas

Sumiço de Lois e Jon, revelação pública da identidade em "A Verdade", e ascensão da vilã Robinson Goode.






4. "Action Comics" #1015-#1026 por Brian M. Bendis e vários desenhistas.

Corrupção em Metrópolis, retorno do Homem Nuclear e conspirações no Planeta Diário. 

Nas revistas mensais "Superman" e "Action Comics"; (Panini, 2019-2020), Bendis chacoalhou novamente o status quo: Lois Lane e Jon Kent desapareceram, Clark revelou sua identidade ao mundo em "A Verdade" (a mudança mais ousada em 30 anos e necessária, como pode o ser que simboliza a verdade MENTIR para seus amigos e para o mundo?), e até o Homem Nuclear (o vilão mais odiado dos filmes de Richard Donner) ressurgi, glorificado por Reis. Metrópolis e seus coadjuvantes ganharam vida própria, com o Planeta Diário mergulhado em conspirações e a vilã Robinson Goode que já dava indícios desde o número 01.
Os grandes acertos do Bendis, em minha opinião, foram a volta às raízes justiceiras do Superman, revelação da identidade, o que realmente eu acho que não deveria ter retornado, Metrópolis e o Planeta vivos sem necessidade do Superman para que houve histórias para contar e a volta da cueca histórica (amo!).
As partes mais fraquinhas são: Rogol Zaar esquecível, sumiço abrupto de Lois/Jon, e diálogos "bendisnianos" que as vezes não se encaixavam muito bem na proposta do Superman, mas que funcionavam demais em Action Comics Mas o saldo foi positivíssimo e revolucionário: tirou o herói da zona de conforto desde sua morte e ousou como ninguém. (Publicadas na revista Superman, Panini 2019, 19-30) (Nota: Uma coisa que o Leroy não falou no texto é que John Romita Jr.-que ele odeia- desenha o finalzinho dessa fase. Coloquei uma capa dele só pra encher hehehe).

5. "Superman e a Authority" por Grant Morrison e Mikel Janín

Em 2021, o visionário Grant Morrison e o artista Mikel Janín lançaram "Superman e a Authority" (Superman #5 Panini, 2022), minissérie que é um soco no estômago do conservadorismo heroico. Um Superman envelhecido e enfraquecido recruta anti-heróis disfuncionais: o cínico Manchester Black, a genial Natasha Irons (Aço II), o casal Apolo e Meia-Noite, a instável Magia e a enigmática Raio de Luz (ligada a Darkseid). Juntos, enfrentam o Ultra-Humanoide e seu exército de vilões "algorítmicos", rumo a uma missão suicida no Mundo Bélico. É uma crítica afiada à burocracia e suposto bom mocismo da Liga da Justiça. Superman chega a declarar: "Precisamos de quem mude o mundo, não só o salve". 

As dinâmicas são eletrizantes: o embate entre o otimismo de Clark e o cinismo de Manchester Black ("Você só vê o bem nas pessoas, e é por isso que falha") é um dos diálogos mais inteligentes dos quadrinhos modernos. Janín revoluciona a arte: fundos brancos que amplificam a violência, trajes high-tech e muito bonitos (o uniforme do Superman é uma obra-prima, lembrando bem Tom Strong), e um Apolo cujos poderes lembram pinturas expressionistas.

Apesar de ser acusada de ser um "prólogo glorificado" para Mundo Bélico, a minissérie é ponte vital entre Bendis e Johnson: enquanto o primeiro explorou a verdade como compromisso público, Morrison questiona a eficácia do heroísmo tradicional. 

Morrison é o mestre do delírio que faz sentido (as vezes). Superman larga a burocracia da Liga e monta um esquadrão de anti-heróis? GENIAL! O embate entre Clark e Manchester Black é CINEMA. Tem ainda o maravilhoso Janín que desenhou lutas sujas em fundos brancos num estilo arte gallery do caos. Confuso? Um pouco. Necessário? ABSOLUTAMENTE.

6. "A Saga do Mundo Bélico" por Phillip Kennedy Johnson e vários desenhistas

Se Morrison preparou o terreno, Phillip Kennedy Johnson elevou a aposta ao inferno cósmico. Em "Superman: Mundo Bélico”, Superman é capturado por Mongul e escravizado na arena do planeta Mundo Bélico, onde lutar é sobreviver e perder significa virar combustível para máquinas de guerra. Johnson não poupa Clark: quando Mongul destrói uma cápsula com memórias de Lois e Jon, o herói desaba em silêncio devastador, uma das cenas mais poderosas da era moderna. Grandes passagens e desenvolvimento principalmente de Mongul sendo mostrado como tirano filósofo, usando a ética e bondade do Superman contra ele: "Salvar um é condenar mil". A morte heroica de Thao-La (kryptoniana artificial), cujo sacrifício ecoa o legado de Krypton: "Você me ensinou que até escravos podem sonhar". O Erradicador ressurge não como ferramenta, mas como entidade ancestral disposta a controlar Kal-El para "salvar" Krypton. (Publicada aqui em Superman (Panini,2022) #8-#17.)

Bendis, Morrison e Johnson formam um eixo coeso de reinvenção:

1. Bendis restaurou a essência justiceira do Superman (raízes judaicas, luta sistêmica) e o tirou da zona de conforto com a revelação da identidade e a cueca (que, repito, é GLORIOSA!).

2. Morrison forçou o herói a liderar na imperfeição, provando que heroísmo não é pureza, mas resistência com aliados improváveis.

3. Johnson mergulhou-o num inferno ético, onde a esperança é testada como nunca.

Um triunvirato criativo que reinventou o Superman para o século XXI, combinando inovação narrativa, profundidade ética e resgate mitológico. Suas obras formam um arco coeso que desconstruiu e reconstruiu o maior herói dos quadrinhos.

A arte foi alma do processo: Ivan Reis (Bendis) deu dignidade épica à cueca e às batalhas cósmicas. Janin (Morrison), Sampere e Julio Ferreira (Johnson) imortalizaram os dois lados do heroísmo e o desespero do Mundo Bélico com sombras que parecem gritar.

Este ciclo provou que Superman não é forte por voar ou ter visão de calor: é forte porque, mesmo rachado, reergue-se. Bendis deu o terremoto, Morrison as asas, Johnson o inferno. E nós, leitores, ganhamos a maior lição: heróis não nascem em naves. Nascem em arenas onde sonhar e viver em paz é crime e desolação, mas é pelas cortes na carne e no uniforme que entra a luz.

Apesar das polêmicas, esta tríade demonstrou e estabeleceu que Superman é mais que um ícone: é um campo de batalha aberto para novas ideias. Bendis derrubou pilares, Morrison deu asas aos escombros e Johnson mostrou que até no inferno a esperança racha o concreto.

Espero que curtam e aproveitem essa jornada de muitos altos e muitos baixos também!"

Então é isso caros DCnautas! Você, leitor deste blog, que assistiu o novo filme do Superman, ficou "hypado" e agora quer ler algumas histórias dele, agora tem três listas diferentes para poder ler e conhecer esse grande personagem.

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Leia outros artigos explorando o grande Mês do Superman! Até a próxima!

Por Theo Pacheco.

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