Review - "Superman & Batman: Gerações"

 

Em 1998, John Byrne ("Tropa Alfa", "Namor") resolveu fazer uma homenagem aos maiores super-heróis da história pelos 60 anos de existência, e isso se tornou a minissérie "Superman & Batman: Generations" publicada do final de 98 ao começo de 99. A minissérie conta as histórias dos personagens passando pelas décadas desde o seu início até o momento de sua publicação, como se eles envelhecessem naturalmente, algo que depois foi usado em "Homem-Aranha: História de Vida" da Marvel por Chip Zdarsky. Aqui no Brasil foi publicado como minissérie pela Opera Graphica e mais recentemente em um omnibus da Panini com as suas duas continuações.

O conceito de "Gerações" é muito legal, nessa história John Byrne mostra que realmente é um bom roteirista que só ás vezes erra, o jeito que ele desenvolve os Melhores do Mundo lidando com filhos e com o envelhecimento é muito bom e humano, mais uma vez mostrando que esses personagens são como a gente e lidam com essas coisas da mesma forma, obviamente em um mundo onde coisas absurdas são possíveis. 

Na história, Byrne pula de década em década desde 1939 até 1999 e depois 2919, e é legal ver como algumas coisas seguem como estavam os quadrinhos nesses anos no nosso mundo, em 1939 temos uma história sem muitos inimigos muito fantásticos e mais pé no chão e em 1959 temos uma história completamente maluca com os duendes da quinta dimensão (Sr. Mxyzptlk e Bat-Mirim) e coisas assim, sempre seguindo mais ou menos como os quadrinhos estavam na época.

Porém, nem tudo são flores, a arte do Byrne já estava péssima a essa altura de sua carreira. Parece que ele não coloca tanto detalhes nos personagens como colocava antes e todos parecem meio magros, tá muito estranho, principalmente falando das mulheres, desde O.M.A.C. que é de 8 anos antes eu já vejo ele desenhando as mulheres dessa forma que eu acho horrível, com um pescoço magrelo e uma cabeça redonda gigante, parece até uma criança do Romitinha.

Superman na Era de Ouro. Por John Byrne

Olha essa cena por exemplo, eu não sei se a intenção do Byrne era emular a série do George Reeves porque, se foi, ficou parecidíssimo, se não, só ficou muito feio, o Superman não se parece com o Homem de Aço que conhecemos, ele não nos inspira com esperança ou exala proteção e acolhimento, ele parece só um cara com uma fantasia, essa falta de detalhes e a arte-final tosca que o Byrne realiza nesse gibi só piora mais ainda a situação. Para desenhar cenários e maquinários, ele está maravilhoso como sempre, mas nas pessoas é difícil, pelo menos o Batman de 1969 e 1979 ainda são bem bonitos.

Um dos melhores capítulos (talvez o meu favorito) é o 1979, onde revela que [SPOILER] o filho do Batman, Bruce Wayne Jr., se casará com Kara Kent, filha de Clark e Lois, mas no meio do casamento, Lex Luthor invade a festa disfarçado e mata toda a família do Superman, com a ajuda de Joel Kent, filho mais velho de Clark supostamente morto durante a guerra do Vietnã. Esse fato simplesmente destrói o Homem de Aço e quase o enlouqueci pois todos que ele amavaforam assassinados brutalmente na sua frente, incluindo sua esposa com câncer e seu filho que já estava morto, seria engraçado se n fosse trágico.

Após essa minissérie, Byrne ainda fez Generations II em 4 edições com a mesma ideia mas em anos que eu não entendi o padrão e Generations III de 12 edições que pula de século em século. O roteiro me surpreendeu muito e fiquei muito animado para ler as continuações, que com certeza terão review aqui no blog. Nota: 8/10.

Já leu Gerações? Gosta da ideia? Quer review das continuações? Deixe seu comentário aqui! E assim termina o Mês do Superman, semana que vem terão dois artigos especiais, como um tipo de epílogo desse grande mês, então fique atento ao calendário abaixo!

05/08: Ranking das histórias do Superman resenhadas.

07/08: Guia de leitura do Superman com surpresa.

Então siga nosso instagram @dcnautascast, ouça nosso podcast no spotify, leia os outros artigos do nosso mês de aço (poderia ter usado esse nome), até a próxima e olhe para cima!

Por Theo Pacheco

Comentários

  1. Muito legal o texto sobre Gerações, Theo. É uma das minhas HQs preferidas. Parabéns! Ah, conversei contigo pessoalmente no Centro Cultural nesse sábado. Está lembrado?

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