100 Balas foi uma grande série (até por extensão mesmo) da DC/Vertigo que se iniciou em 1999. escrita completamente por Brian Azzarello ('Hellblazer", "Mulher-Maravilha - Os Novos 52!") e também desenhada completamente por Eduardo Risso ("Batman: Cidade Castigada", "Batman: Cavaleiro da Vingança"). Esse primeiro volume contém as edições 1-5 de 100 Bullets de 1999, além da história curta publicada em Vertigo Winter's Edge 3.
Como o volume tem dois arcos, falarei separadamente assim como fiz com os artigos de Monstro do Pântano.
Dizzy (edições 1-3)
Em Dizzy, nós acompanhamos a personagem Isabella Cordova (apelidada de Dizzy), uma jovem latina do gueto dae Chicago que acaba de sair da prisão após o assassinato de seu marido e seu filho. Voltando da prisão, ela conhece o Agente Graves que dá a ela uma maleta com a foto dos assassinos, uma arma e 100 balas não rastreáveis.
Acho que eu nunca li uma HQ que retrata o crime de forma tão nua e crua como 100 Balas, tudo é jogado bem na sua cara e falando assim: "O bagulho aqui é assim, ou vai ou racha". "Dizzy" mostra a cruel realidade das minorias que moravam em um gueto na virada do século, não tendo opção além de se juntar ao crime e vivendo como pode antes que algum policial venha e PÁ! você tá numa vala.
O Azzarello cria diálogos muito realistas e que realmente podem sair da boca de alguém, e isso é algo que eu admiro muito quando algum roteirista consegue fazer, por isso eu gosto bastante dos filmes do Tarantino. Uma parte que eu acho muito engraçado é quando Emilio (irmão de Dizzy) tá jogando basquete com os amigos e ele recebe uma ligação e grita "É o meu agente, o fodão do Jerry Maguire", ri demais hahahaha.
[SPOILER] No final do arco tem uma parte que mostra como esse quadrinho é bem bad-ass, que é quando o Emilio revela para a irmã que ele armou pros policias matarem o marido de Dizzy. Então depois de uma grande discussão ela aleija o próprio irmão e mata os dois policiais que assassinaram seus familiares, mostrando que a Dizzy se transformou durante a história, como agora ela não depende de ninguém nem de nada, ela está livre de qualquer amarra que tinha no passado. Eu acho que ela vai ser um personagem importante pro futuro da série. Nota: 8/10.
Brincando com Fogo (edições 4 e 5)
Nesse arco de duas partes, Azzarello nos apresenta o bar tender Lee Dolan, que tinha uma bela esposa, dois belos filhos, uma bela vida, até que isso tudo um dia desmoronou quando foram encontradas fotos de pornografia infantil em seu computador, ele foi preso pelo FBI e agora está tentando reconstruir sua vida, até que uma pessoa chamada Agente Graves que lhe traz a foto de quem implantou as imagens em seu computador, uma arma e 100 balas não rastreáveis.
Esse arco é até um pouco mais cru do que o primeiro, já que fala sobre coisas um pouco mais pesadas. Inclusive acho ele até um pouco melhor pois é nele que eu descobri sobre o que é 100 Balas. Azzarello quando começou a HQ queria explorar a moral humana, até onde vai a ética quando você pode se vingar e cometer um crime sem punição. Depois que vi isso, percebi que 100 Balas é claramente inspirado em uma lenda grega sobre um anel mágico que te deixava invisível (familiar, não?) onde você podia cometer um crime sem que ninguém soubesse e não haveria punição.
O final do arco é muito interessante pois [SPOILER] depois que Lee conversa com a mulher que implantou as fotos em seu computador e ela recompensa pela merda que a vida de Lee se tornou, ele dá a arma a ela e vai embora AÍ ELA ATIRA NA CABEÇA DELE. Fiquei muito chocado ao ver essa cena. Nota: 8,5/10.
Quero realmente ler todo 100 Balas pois ela é uma das grandes séries da Vertigo e estou gostando muito. Nota do volume: 8,25/10.
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Por Theo Pacheco.
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