O segundo volume de 100 Balas continua a história de Dizzy e das 100 balas não rastreáveis, traz novos personagens e informações à trama. Este volume contém as edições 6-14 de 100 Bullets. Uma curiosidade para você, caro leitor, quando esse volume foi publicado aqui no Brasil pela Panini, ele só continha as edições 8-14, enquanto nos EUA continha as edições que eu citei anteriormente. As edições 6 e 7 que não foram pro volume 2, ficaram no volume 1.
O nome dos arcos contido no volume são "Short Con, Long Odds" ("Segundas Chances"), "The Right Ear, Left in the Cold" ("Frio Cortante") e "Parlez Kung Vous".
Esse volume foi bem mais legal do que o volume um (não que o anterior seja ruim) os arcos contidos nele são mais dinâmicos e não tão parados. No total ele tem 3 arcos e duas histórias solo. Esse volume foi feito pra revelar mais sobre a história principal que está se desenrolando, é legal que o Azzarello usa a Dizzy como os olhos do leitor, ela está sendo apresentada a esse novo mundo e essa nova mitologia junto conosco.
O roteiro de Brian Azzarello continua afiado e com aquele humor certeiro do volume anterior, como na edição 9 que é focada em um sorveteiro (que depois descobrimos que era um agente parceiro do Graves com amnésia) onde em um conflito com outro sorveteiro que estava roubando o ponto de vendas dele, ele pega a chave do caminhão de seu rival e joga no bueiro e ainda fala: "Se gosta tanto dessa esquina, fica nela", bom demais essa personalidade sacana que o Azzarello põe nos personagens, parece que você está em um mundo onde todo mundo é escroto.
Há algo que me incomoda na arte do Eduardo Risso desde o primeiro volume que é como ele sexualiza todas as mulheres sempre, não do jeito dos quadrinhos de super-herói que é simplesmente colocando as mulheres muito "gostosas", ele faz questão de mostrar, sempre que puder, roupas íntimas e até as partes da mulher, tentando sempre mostrar um sutiã, por exemplo. No primeiro arco, a Dizzy passa a história inteira com a calcinha mostrando, isso não tem necessidade, assim como no segundo arco do Lee Dolan ele desabafar numa cabine de streep, isso deve ser por causa daquele pensamento besta do fim dos anos 90 de "Huh olha como a nossa história é adulta olha, tem peitos nela hehe", é algo totalmente retrógrado e ultrapassado hoje em dia. Apesar das minhas ressalvas sobre o traço do Risso, em geral, ele é bem legal, tem uma narrativa boa e chega até a se assemelhar ao desenho de Frank Miller em Sin City.
Tem a edição 11 que é uma história super pesada sobre uma mãe que teve sua filha sequestrada e o Agente Graves chega com a mala e lhe conta tudo que ocorreu com sua menina após o sequestro. É uma edição muito pesada mesmo, te deixa até meio mal depois de terminar de ler, tudo que há de ruim que você possa imaginar aconteceu com a menina, estupro, abuso infantil, prostituição, AIDS, vício em drogas, só merda. E no início da edição obviamente aparece a mãe da menina apenas de roupa íntima, porque? Eu também não sei.
O primeiro arco desse volume, "Quem não arrisca", é bem legal, ele conta sobre um apostador golpista que sempre sabia em qual face o dado iria cair. Ele é bom porque mostra a indecisão do apostador de se vingar pois o culpado era um grande amigo dele. No final da história, um mira na cabeça do outro, ouvimos um barulho de tiro e a reação da terceira protagonista chorando, termina a história sem o leitor saber quem morreu e isso é muito legal, a incógnita, a interpretação de cada um sobre quem morreu.
100 Balas só melhora a cada edição, a história principal está se tornando bem intrigante. Nota: 8,5/10.
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Por Theo Pacheco.
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